Ao escolher um vinho a maioria das pessoas seleciona pela região, mas sabe quais são as melhores castas?
Primeiro começamos por explicar, o que são, castas é a variedade da uva utilizada para fazer o vinho. Existem milhares em todo o mundo, mas a maioria das castas utilizadas é da espécie vitis vinífera, apresentada como a uva do mediterrâneo.
Dentro dela estão todas as castas de uvas que podemos identificar nos rótulos que estão nas garrafas de vinho, como Alicante Bouschet, Cabernet Franc, Merlot, Sauvignon Blanc e diversas outras que somam cerca de 10 mil variações dentro da mesma espécie.
Deixamos aqui a lista de castas brancas, castas tintas e rosadas que podem encontrar nos rótulos do vinho.
Como é feita a sua classificação das castas?
A classificação dessas castas depende diretamente de suas variações morfológicas e quais serão seus usos comerciais.
Existem castas que produzem vinhos tintos, outras espumantes. Ainda há aquelas que ficam melhores depois da podridão nobre (aparecimento de um fungo que dá características especiais de doçura e sabor à fruta).
Todos esses fatores interferem a produção e classificação de vinhos. Por exemplo, se serão de mesa, espumantes, brancos, tintos, secos ou doces.
O que influencia a qualidade de uma casta?
A qualidade é influencia pelo clima, solo e casta. Para ter uma boa produção é necessário ter estes três em sintonia. Isso significa que a qualidade do solo, a temperatura local e o regime de chuvas influênciam diretamente no sucesso do cultivo daquela casta específica, a essa relação damos o nome de terroir.
Existem castas específicas para cada região?
As castas não são exclusivas de cada região vinícola do mundo. Mas é claro que alguns países são conhecidos por produzir bebidas de melhor qualidade em um tipo específico de uva. O motivo por trás disso está no fator terroir.
Isso significa que esses locais detêm as condições para o cultivo e desenvolvimento das plantas em sua melhor forma. Por exemplo, as uvas Malbec são de origem francesa. Entretanto, elas se adaptam melhor ao clima e solo da Argentina e produzem vinhos de excelente qualidade quando cultivados na América Latina.
Em seguida deixamos as Castas Portuguesas, estas podem ser encontradas em todo o território nacional, havendo regiões mais predominantes.
Castas Tintas Portuguesas mais importantes são:
- Touriga Nacional
- Baga
- Castelão
- Touriga Franca
- Trincadeira
Touriga Nacional – A casta mais apreciada em Portugal, é uma casta autóctone, estando um pouco por todo o país. Adapta-se a todos os tipos de solo embora exija elevada insolação e calor, apresenta bom comportamento com a maioria dos porta-enxertos, desde que correspondam à fertilidade e disponibilidade hídrica do solo. Os vinhos obtidos são complexos e de qualidade muito elevada, apresentando grande intensidade das componentes da cor e aroma, geralmente redondo e macio lembrando frutos silvestres maduros; apresentam também uma elevada capacidade para o envelhecimento e em particular em madeira. Aprecie esta casta no vinho Avô Nini Tinto e Avô Nini Rosé.
Baga – É uma casta vigorosa, com cachos de bagos pequenos, de maturação tardia, extremamente suscetível à podridão, sofre com as provações das primeiras chuvas de Setembro, preferindo os solos argilosos e com boa exposição solar. Com boas maturações, e em anos secos, os vinhos da casta Baga assumem uma cor profunda, com fruta de bagas silvestres bem definida, ameixa preta, taninos sólidos e acidez mordaz, com notas de café, erva seca, tabaco e fumo.
Castelão – Castelão dá origem a vinhos estruturados, frutados, com particular incidência na groselha, ameixa em calda, frutos silvestres, apresentando ainda notas típicas de caça mortificada. Proporciona vinhos de taninos proeminentes e acidez intensa, revelando um lado rústico de que o Castelão raramente consegue descolar.
Touriga Franca – Com cachos médios ou grandes, de bagos médios e arredondados, a Touriga Franca é um dos pilares estruturais dos lotes durienses, assomando de forma decisiva no Vinho do Porto e nos vinhos de mesa. Graças à forte concentração de taninos, contribui para o bom envelhecimento dos lotes onde participa. Oferece fruta farta, proporcionando vinhos de corpo denso e estrutura firme, mas elegantes. Por regra os vinhos sugerem notas florais de rosas, flores silvestres, amoras e esteva, sendo regularmente associada com as castas Tinta Roriz e Touriga Nacional. Pode encontrar esta casta no nosso vinho Avô Nini Tinto.
Trincadeira – Caracteriza-se por ter cachos médios e muito compactos, encontrando-se bem adaptada ao clima seco do Alentejo e partes do Ribatejo, regiões onde frutifica exemplarmente. Os vinhos são tendencialmente florais, mais vegetais quando a maturação é deficiente, ricos em cor e acidez, ligeiramente alcoólicos e com boas condições para envelhecer bem em garrafa. No Alentejo é frequentemente emparelhada com a casta Aragonez.
Castas brancas Portuguesas:
- Alvarinho
- Loureiro
- Arinto
- Fernão Pires
- Moscatel
Alvarinho – Dá corpo a vinhos únicos e facilmente identificáveis, de personalidade e temperamento forte. É uma casta vigorosa, que obriga a alguma prudência no controlo do ímpeto vegetal, sendo, porém, uma casta pouco produtiva, com cachos pequenos e elevada proporção de grainhas. O Alvarinho proporciona vinhos com elevado potencial alcoólico, perfumados e delicados, com notas aromáticas díspares de pêssego, limão, maracujá, líchia, casca de laranja, jasmim, flor de laranjeira e erva-cidreira. Tem um enorme potencial de envelhecimento, conseguindo viver em perfeita saúde até completar, pelo menos, dez anos de idade.
Loureiro – A flor de Loureiro é um dos seus principais descritores aromáticos, caracterizando-se ainda pela personalidade floral particularmente cristalina, com ênfase na flor de laranjeira, acácia e tília, sendo as notas de maçã e pêssego relativamente comuns nos vinhos estremes. Por regra consagra vinhos de acidez equilibrada e bem proporcionada.
Arinto – Proporciona vinhos vibrantes e de acidez viva, refrescantes e com forte pendência mineral, e elevado potencial de guarda. A acidez firme será o principal cartão-de-visita da casta Arinto. Apresenta cachos de tamanho médio, compactos e com bagos pequenos. É uma casta relativamente discreta, sem aspirações particulares de exuberância, privilegiando os apontamentos de maçã verde, lima e limão. É frequentemente utilizada na produção de vinhos de lote e também de vinho espumante. Aprecie esta casta no nosso vinho Avô Nini Branco.
Fernão Pires – A produtividade elevada, bem como a versatilidade, precocidade e riqueza em compostos aromáticos. Os vinhos de Fernão-Pires devem ser bebidos jovens. Os descritores aromáticos que lhe estão associados alternam entre a lima, limão, ervas aromáticas, rosa, tangerina e laranjeira. Para além de Portugal, a casta Fernão-Pires tem sido plantada com algum sucesso na África do Sul e Austrália.
Moscatel – Por ser a casta que apresenta maior concentração de compostos aromáticos, a sua identificação em prova cega é fácil e intuitiva. É frequentemente descrita como uma casta feminina, vagueando aromaticamente entre as notas de passas de uva, limão, líchia, pêra e tília. Nos vinhos generosos, sempre que consegue preservar a acidez, proporciona vinhos memoráveis, entre os quais se incluem os “Moscatel de Setúbal”, com notas de casca de laranja, mel, especiarias, iodo, flor de laranjeira e acácia. Pode encontrar a casta moscatel-graúdo no Vinho Avô Nini Branco Leve.
As castas de vinhos estão entre os requisitos mais importantes ao avaliar um vinho visto que cada uma delas produzirá um perfil diferente. Não é justo comparar dois tipos e classificá-los como melhor ou pior. Cada um deles expressa suas particularidades de forma distinta. Há fatores influentes na fabricação de um vinho, tais como: o solo e o subsolo, a localização e a altitude, o clima da região, o trabalho de viticultura, o processo como o vinho é fabricado, o ano da colheita (relativo aos fatores climáticos) e as castas que o compõem.
Em suma, o paladar do vinho é fortemente influenciado pelas diferentes castas, mesmo se este for feito de uma mistura de castas. Saber detetar através dos aromas e sabores é uma das artes mais difíceis na cultura vinícola. É necessária muita prática e saber, mas vale sempre a pena iniciar este complexo processo de aprendizagem para que possa escolher o vinho que mais se adequa à sua refeição.